Beatles ou Stones?
- gererib10
- 22 de jul. de 2016
- 2 min de leitura
A discussão já tem quase cinco décadas, mas ainda aquece os corações dos fãs e de dois jornalistas musicais que decidiram escrever um livro sobre a rivalidade das bandas inglesas.
De Soraia Yoshida

Podem falar o que quiserem sobre Oasis e Blur ou Nirvana e Guns’n’ Roses. A “batalha” original entre bandas de rock começou mesmo com os Beatles e os Rolling Stones. Nos anos 1960, a imprensa descobriu que um público jovem e ávido por notícias consumia tudo o que se referia aos dois grupos e decidiu faturar em cima do movimento. Criou-se então uma suposta rivalidade entre Beatles e Stones, deixando para que os fãs escolhessem sua banda preferida.
Lá se vão quase cinco décadas e agora o confronto histórico se transforma em livro. “The Beatles VS The Rolling Stones – A Grande Rivalidade do Rock’n’Roll” (Editora Globo) foi escrito por Jim Derogatis e Greg Kot, dois confessos fãs dessas bandas. O que eles fazem é o que fãs no mundo inteiro já fizeram na mesa do bar. Quem é o melhor? Quem canta mais? Qual é o melhor guitarrista? A diferença é que eles discutem o assunto com um verniz mais crítico, mas sem perder o bom humor que garante um veredito no final. Quando se discute o melhor álbum duplo, por exemplo, a argumentação entre “Exile on Main St.”, dos Stones, e o “Álbum Branco”, dos Beatles, é difícil não querer participar da conversa.
Lançado em 1968, o “Álbum Branco” é um retrato do estado em que os Beatles se encontravam, como banda, cada um por si. Traz canções como “Happiness is a Warm Gun”, de John Lennon, “While My Guitar Gently Weeps”, de George Harrison, e “Blackbird”, de Paul McCartney.
Já “Exile on Main St.” saiu em 1972 e representa bem a energia que movia os Stones. Faixas como “Rocks Off” se misturam a uma toada country como em “Sweet Virginia”, até o blues que está na raiz da banda, em “Stop Breaking Down”.
Jim Derogatis argumenta que o disco dos Beatles é apenas um apanhado de canções, com pontos fortes e fraquezas, sem uma unidade artística. E ressalta que mesmo estando em seu momento mais sombrio, os Beatles nunca chegaram perto de serem “tenebrosos”, como os Rolling Stones. O álbum dos Stones, por sua vez, é cheio de atitude e vibração, afirma Greg Kot. E que se deve, em grande parte, ao comando do guitarrista Keith Richards, que manteve o alto nível da música – e por isso tornou-se um modelo para bandas com dois guitarristas.
O livro não tem a pretensão de ser um guia definitivo e é nesse ponto que reside sua força. Ao incensar o espírito crítico dos fãs, sem deixar que percam de vista a adoração, brinca com tudo o que já foi dito sobre Beatles e Stones. No final, quem vai decidir mesmo é o leitor, para quem fica a pergunta: Então, o que você prefere ser, um Beatle ou um Stone?
Fonte: http://epocanegocios.globo.com/Revista/Common/0,,ERT254990-17453,00.html
Imagem fonte: www.legal.adv.br
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