DISCOGRAFIA MUSICAL
- Gerê Alves
- 16 de jul. de 2017
- 2 min de leitura
No que concerne à dimensão verbal, as canções de Belchior representam um verdadeiro “caso de amor” com a palavra.

Minha discografia em vinil.
Receber um convite para falar de música é um privilegio para poucos. E tratar de “Discografias Musicais” é um prazer difícil de descrever. E esta foi à proposta da Revista Identidade. Então vamos lá. Começo esta tarefa, “árdua” falando de um dos maiores compositores que o Brasil já produziu. E um dos meus prediletos. Antônio Carlos Belchior, mais conhecido simplesmente como Belchior (Sobral, 26 de outubro de 1946 – Santa Cruz do Sul, 30 de abril de 2017).
Seus sentimentos e as contradições humanas permeiam mais de 300 canções gravadas por ele e por outros interpretes tais como Elis Regina, Fagner, Roberto Carlos, Jair Rodrigues, Erasmo Carlos, Ney Matogrosso, Vanusa, Cazuza e Engenheiros do Hawaii (CARLOS, 2007). E em 2014 em dois discos tributos gravados por novos nomes da Música Popular Brasileira: Ainda em somos os mesmos (Phillip Long, Nevilton entre outros) e Entre o sonho e o som (The Baggios, Bonifrate entre outros). E estes “Tributos” estão disponíveis para download, gratuitos.
Para Josely Teixeira Carlos (2007) “no que concerne à dimensão verbal, as canções de Belchior representam um verdadeiro caso de amor com a palavra. Já com relação à dimensão melódica das canções, além do jeito peculiar de interpretar, suas melodias têm referências nordestinas e influências estrangeiras – tanto norte americana quanto da europeia – entre as quais de autores, como Bob Dylan, e de grupos musicais, como a banda inglesa The Beatles, e também de gêneros como o blues, o jazz, o rock e o country.” Resumindo, Belchior é do mundo.
DISCOGRAFIA ESSENCIAL
'À palo seco' (1974) – O primeiro disco Belchior apresenta seu projeto musical e já mostra seu diálogo com a literatura.


Alucinação' (1976) – No seu segundo disco, Belchior apresenta aquela que é até hoje considerada sua grande obra-prima. "Esse disco resume o sentimento de toda uma geração brasileira, interiorana no meio da cidade grande", afirma Josely Teixeira Carlos.
'Coração selvagem' (1977) – Tanto neste álbum quanto em "Todos os sentidos", lançado no ano seguinte, Belchior explora o universo da sensualidade, de forma crítica, refletindo sobre amor, paixão e sexo, associados não só à mulher. Ele fala do amor pela palavra, pela poesia, pela vida.
‘Todos os sentidos’ (1978) – É o seu quarto álbum cuja musica "Divina Comédia Humana" é uma obra prima. De um gênio.
'Era uma vez um homem e o seu tempo' (1979) – Em sucessos como "Medo de avião", "Brasileiramente linda", "Comentário a respeito de John" e "Meu cordial brasileiro", Belchior apresenta sua "visão do homem brasileiro em meio ao ideário revolucionário latino-americano de Che Guevara e outros".
Belchior nos deixou, mas sua obra é eterna. Atemporal. “Se você vier me perguntar por onde andei no tempo que você sonhava.” E viva Belchior!
FONTES:
Belchior. <https://pt.wikipedia.org/wiki/Belchior> Acesso em 16 de jun. de 2017
Discos Essenciais de Belchior. O Globo. <https://oglobo.globo.com/cultura/musica/discos-essenciais-de-belchior-20363489> Acesso em 16 de jun. de 2017
CARLOS, J. T. Muito além de apenas um rapaz latino americano vindo do interior: investimentos interdiscursivos das canções de Belchior. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal do Ceará, 2007.
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