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Tom Zé, 70 anos.

  • Gerê Alves
  • 12 de nov. de 2016
  • 3 min de leitura

Meus ídolos estão chegando na casa dos 70. E eu não poderia esquecê-los. Quem é Tom Zé? Infelizmente muito pouca gente com menos de 30, 40 anos, escutou ou ouviu falar de Tom Zé. Fico com pena. Com dó. Não conhecem o gênio.

Depois de uma fase negra de 16 anos, na qual ficou sem gravar no Brasil, vive seu momento mais feliz. O período de inferno parecia mandinga. Ele passou por dificuldades financeiras, caiu em depressão e foi nocauteado por crises de saúde. Os últimos anos o levaram ao paraíso. Teve discos esquecidos relançados em CD, virou ídolo de adolescentes e universitários e incendeia platéias em shows no Exterior. Se a nova fase não o enriqueceu, pelo menos lhe garante o sustento, sem luxos nem desperdícios. “Uma conquista por vez”, diz Tom Zé.

Entre os estrangeiros, sua cotação está alta. Um crítico da revista francesa Le Nouvel Observateur chamou-o de ”Zénial”. Outra revista, a americana Rolling Stone, tascou na manchete “Pai da Invenção”, trocadilho com Mothers of Invention, nome do grupo do roqueiro experimental Frank Zappa. Expressões da música pop, como Sean Lennon e Beck, também babam ovos para Zé. Ficam impressionados com sua inventividade nos discos e com sua teatralidade no palco. Se a vida começa aos 40 anos, a dele começou depois dos 60.

A agenda anda cheia. Ele acaba de escrever a respeito do tropicalismo em livro sobre MPB, fará palestras na França e compôs as músicas da próxima coreografia do balé Corpo, inspiradas em choros de Pixinguinha. Aos 65 anos, é um dínamo. Acorda às 5 horas, pratica tai chi chuan e cuida do jardim do prédio em frente ao seu, no bairro de Perdizes, em São Paulo, pelo que recebe um salário mínimo.

Seu interesse não é pelo dinheiro. Mexe na terra para manter contato com a raiz arcaica – nasceu em Irará, sertão da Bahia – e como terapia para o que chama de overdose de urbanidade. Tratar das flores e freqüentar o psicanalista são antigas estratégias para arejar a mente. Com o rosto e o espírito de moleque, a idade parece não surtir efeito. A memória é invejável. “Ele lembra as datas de fatos antigos e, quando envolvem mulheres, elas ficam constrangidas por ter a idade revelada”, afirma Neuza, sua mulher há 31 anos. O casal não teve filhos. Tom, sim, tem um, Everton, de 34 anos.


A reviravolta na vida de Tom Zé começou em 1986. O músico americano de origem escocesa David Byrne, líder do grupo Talking Heads e cineasta de ocasião, estava de passagem pelo Rio de Janeiro, onde exibia seu filme Histórias Reais em um festival de cinema. Em visita a lojas de discos atrás de LPs de samba, encantou-se com a capa de um deles: Estudando o Samba (1976), de Tom Zé, sua obra-prima, segundo muitos críticos. Ao ouvir o disco, Byrne ficou estarrecido. Achava impossível que aquele artista, dotado de uma erupção criativa, fosse ignorado pelo mundo.

Meus cds de Tom Zé: um total de 8 discos. Cada um melhor que o outro.

Discografia

  • 1968 - "Tom Zé" - Rozemblit

  • 1970 - "Tom Zé" - RGE

  • 1972 - "Tom Zé" - Continental (relançado em 1984 como Se o Caso é Chorar)

  • 1973 - "Todos os Olhos" - Continental

  • 1976 - "Estudando o Samba" - Continental

  • 1978 - "Correio da Estação do Brás" - Continental

  • 1984 - "Nave Maria" - RGE

  • 1990 - "Cantando com a Plateia"

  • 1992 - "The Hips of Tradition" - Luaka Bop/Warner Bros

  • 1997 - "Parabelo" - Trilha sonora da Cia. de Dança Grupo Corpo (com Zé Miguel Wisnik)- Continental

  • 1998 - "No Jardim da Política"

  • 1998 - "Com Defeito de Fabricação" - Luaka Bop/WEA

  • 2000 - "Jogos de Armar (Faça Você Mesmo)" - Trama

  • 2002 - "Santagustin" - Trama

  • 2002 - "20 preferidas" - Trama

  • 2003 - "Imprensa Cantada" - Trama

  • 2003 - "Jogos de Armar" - Trama

  • 2005 - "Estudando o Pagode: Segregamulher e Amor" - Trama

  • 2006 - "Danç-Êh-Sá - Pós-Canção/Dança dos Herdeiros do Sacrifício/7 Caymianas para o Fim da Canção" - Tratore

  • 2008 - "Estudando a Bossa" - Biscoito Fino

  • 2010 - "Explaining Things So I Can Confuse You" - Luaka Bop

  • 2012 - "Tropicália Lixo Lógico" - Independente/Natura Musical

  • 2013 - "Tribunal do Feicebuqui" - Independente

  • 2014 - "Vira Lata na Via Láctea" - Independente

  • 2016 - "Canções Eróticas de Ninar" - Selo Circus Especial para Jayro Alves Ribeiro

Fontes: O GÊNIO SOBREVIVENTE. Revista Época

http://www.revistagavea.com.br/site_tomze/entrevistas/entrevista_6.htm

Wikipedia


 
 
 

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 PERFIL:

Nome: Antônio Geraldo Alves Ribeiro (Gerê Alves)

Sou professor, educador ambiental e apaixonado por tudo isto e por música. Neste blog pretendo discutir, debater e compartilhar o melhor destes assuntos.

 

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